PF tenta desbloquear celular mais de 10 milhões de vezes
Corporação buscava extrair conteúdo em celular de suspeito de se envolver nos atos do 8 de janeiro
Pleno.News - 08/04/2025 19h37 | atualizado em 09/04/2025 10h23

A Polícia Federal (PF) tentou 10 milhões de senhas diferentes para desbloquear o celular de Renato Marchesini, um dos suspeitos de envolvimento nos atos do 8 de janeiro de 2023, mas não obteve sucesso. Dessa forma, a corporação não pôde colher os dados no aparelho que haviam sido solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações do colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, Marchesini, de 42 anos, foi preso após os atos. Ele acabou obtendo liberdade provisória dez dias depois, e aguarda julgamento sob medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, retenção e passaporte e proibição de usar as redes sociais.
Moraes solicitou à PF que buscasse no celular Samsung Galaxy A30 do suspeito 36 palavras-chave, incluindo os termos “morte ao Xandão”, “Forças Armadas”, “Artigo 142”, “Fora Lula”, “Bolsonaro”, “Intervenção Militar”, “Impedir a Posse”, “Invadir Prédios”, “Acampamento”, “Golpe”, “Ditadura”, “Código-Fonte”, entre outros.
Também pediu à PF que buscasse encontrar contatos na agenda, fotos, vídeos e localização que ajudassem a identificar qual o nível do envolvimento de Marchesini na depredação do 8 de janeiro.
Para isso, a PF utilizou um software chamado Cellebrite Premium, que com base nas informações do dono do celular, sugeriu milhões de combinações possíveis para desbloquear o aparelho. Contudo, nenhuma delas funcionou. Por fim, o smartphone foi devolvido para o setor da corporação que executa as ordens do STF, sem provas de que o dono do aparelho tenha invadido ou depredado o patrimônio público, nem praticado violência.
Marchesini mora em Franca, São Paulo, e trabalhava em uma empresa de consórcios automotivos e imobiliários, tendo ainda uma empresa de “atividades auxiliares dos transportes terrestres” registrada em seu nome como MEI (Microempreendedor Individual).
À época das eleições de 2022, ele fez postagens duvidando da confiabilidade das urnas eletrônicas, criticando o STF, seus ministros, e o até então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após as eleições, publicou vídeos em manifestações e acampamentos pedido uma intervenção militar.
Ele está no rol de denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Sua audiência de instrução e julgamento estão marcados para a próxima terça-feira (15).
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